A Educação Sanitária Escolar, uma Proposta Curricular Importada Para a Escola Espanhola do Desarrollismo
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.v23.1702Palavras-chave:
educação sanitária escolar, Organização Mundial da Saúde, UNESCO, higiene escolar, escola primária, medicina social, educação de costumes, colaboração entre médicos e professores, obstáculos, EspanhaResumo
O artigo analisa os antecedentes da educação para a saúde na escola espanhola. As relações exteriores e a entrada de Espanha em organismos internacionais (FAO e OMS em 1951, UNESCO em 1953, ONU em 1955, Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial em 1958) impulsaram a modernização das estruturas económicas, sociais e administrativas do regime franquista, com um efeito evidente no seu sistema educativo. A “Ley General de Educación” de 1970 culminou esse processo, modulado durante a década dos anos sessenta. A escola primária, obrigatória desde 1965, conceber-se-ia como uma “instituição social” que deveria acompanhar ao conjunto das transformações que estavam a se desenvolver no país. A educação sanitária escolar foi um dos novos âmbitos educativos encomendados pelos especialistas, importando as políticas promovidas pelos organismos internacionais dos quais o país passava a formar parte. Uma medida que, acometida disciplinadamente por técnicos da administração educativa, encontrou, no entanto, os obstáculos e dificuldades próprias de todo processo de importação, produzindo-se resistências dentro e fora do aparato escolar que se correspondiam com a situação real do país.