O senso de “agência” dos professores Bolivianos: soldados da libertação ou guardas de colonialidade e continuação ?
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.v23.1713Palavras-chave:
professors, agência, Bolívia, a descolonização, a reforma, a formação de professoresResumo
Este artigo analisa os problemas e promessas que professores Bolivianos experimentam na actualidade associados com a reforma educativa de “descolonização”. A reforma educativa Avelino Siñani Elizardo Pérez (ASEP) faz parte de uma iniciativa contra-hegemónica e anti-neoliberal que tem como objectivo expandir o alcance do projecto político de Evo Morales. Os professores assumem nesta reforma uma posição de máximo valor estratégico. Este artigo utiliza conceitos teóricos baseados na Abordagem Estratégica Relacional (Strategic Relational Approach, SRA) para analisar a capacidade dos professores enquanto agentes de mudança no contexto socio-político Boliviano actual. Esta abordagem teórica permite uma reflexão crítica dos discursos em uso e dos esforços levados a cabo pelos professores para descolonizar o sistema educativo num contexto de tensão e desigualdades políticas e socias. O artigo propõe que o discurso político actual e as mudanças socio-políticas em curso oferecem aos professores alguns espaços de agência. Contudo, a realidade de escolas e instituições de formação de professors com uma natureza bastante conservadora, em associação com a constante luta pela sobrevivência que os professores têm de levar a cabo na sua vida quotidiana, constituem restrições sérias para os professores se desenvolverem como “intelectuais empenhados ou transformadores”.