Repensando secularização institucional como uma "política" (im)possível
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.v23.1729Palavras-chave:
religião, educação, cidadaniaResumo
Este ensaio analisa a partir de uma análise genealógica como a religião entendida como uma prática cultural escapa as estruturas das instituições do estado. Embora inúmeros estudos relacionados com a construção da cidadania focalizaram nos estudo das práticas institucionais, tais abordagens não consideram que a secularização institucional não necessariamente equivale a uma secularização cultural. Por isso considero oportuno repensar os limites da política estadual de secularização. O caso da institucionalização do republicanismo na Argentina exemplifica os limites da secularização institucional. Durante a formação do governo do estado moderno promulgou uma série de leis que visam a construção de um cidadão argentino "leigo". O ensaio pretende problematizar a narrativa linear da história que mostra como os princípios religiosos católicos faziam parte da construção do cidadão argentino "secular". Na verdade, os discursos e narrativas religiosas como qualidades salvíficas dogmáticas aparentemente ressurgiu em espaços discursivos seculares. Hoje, as políticas de secularização estão sendo promulgadas pelos Estados para limitar expressões religiosas não-ocidentais, geralmente em espaços públicos, como escolas. Através da análise dos processos de secularização institucional Argentina o ensaio tem como objetivo apontar as impossibilidades e limites das políticas que visam eliminar a religião das narrativas que constroem o cidadão republicano.