Relações teoria-prática na formação de professores de Ciências: um estudo das interações discursivas no interior de uma disciplina acadêmica

Autores

  • Gabriel Menezes Viana Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
  • Danusa Munford Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Márcia Serra Ferreira Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Priscila Correia Fernandes Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)

DOI:

https://doi.org/10.14507/epaa.v23.2049

Palavras-chave:

relações teoria-prática, interações discursivas na sala de aula, formação de professores de ciências

Resumo

No início dos anos 2000, no Brasil, as normatizações oficiais que orientam os currículos dos programas de formação de professores passaram por uma reforma que, entre outros aspectos, buscou enfatizar o papel da vivência em escolas nesse processo de formação, aumentando o tempo de estágio nesses espaços. Além disso, a mesma legislação também exigiu que as universidades delimitassem espaços privilegiados para a construção de relações teoria-prática (RTP) em disciplinas ministradas. Esse elemento do currículo foi denominado “prática como componente curricular” (PCC). Neste trabalho, investigamos processos de construção discursiva de relações teoria-prática, no nível das interações face-a-face, no cotidiano de uma sala de aula de uma disciplina do PCC. No diálogo com Stephen Ball e colaboradores, entendemos esse contexto específico – o cotidiano da sala de aula de uma disciplina universitária – como parte de um ciclo contínuo produtor de políticas de currículo, no qual diversos sujeitos e variados contextos se articulam de forma permanente e simultânea, elaborando discursos que circulam e que são ressignificados continuamente. Adotando uma abordagem naturalista de pesquisa, nos orientamos por aspectos da Etnografia em Educação. A principal fonte de dados foi a observação participante, com registro em caderno de campo e em vídeo. Nossos resultados apontam que as relações teoria-prática (RTP) são construídas em vários espaços/tempos da formação de professores, em especial, quando são estabelecidos debates em torno das atividades do professor na escola. Identificamos que, na construção de RTP, os participantes mobilizam experiências, vivenciadas ou imaginadas. Discutimos algumas relações desses resultados com transformações nas políticas públicas para a formação de professores.

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Biografia do Autor

Gabriel Menezes Viana, Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)

Professor do Departamento de Ciênicas Naturais da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Tem desenvolvido estudos com foco na formação e nos currículos acadêmicos de programas de formação de professores de Biologia e Ciências. Atualmente, tem se interessado em melhor compreender sentidos de prática que estão sendo significados nesses contextos universitários.

Danusa Munford, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Atualmente é professora associada da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. Tem experiência na área de Educação em Ciências, com ênfase no estudo do discurso em sala de aula e formação de professores, investigando principalmente questões relacionadas ao ensino e à aprendizagem de ciências nos anos iniciais e à argumentação.

Márcia Serra Ferreira, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

É professora adjunta da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Pesquisadora 2 do CNPq e Jovem Cientista do Estado (FAPERJ). Tem experiência no campo do Currículo, investindo em uma abordagem discursiva para a produção de estudos em História do Currículo e das Disciplinas e sobre Políticas de Currículo, com um especial interesse na Educação em Ciências.

Priscila Correia Fernandes, Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)

Professora da Universidade Federal de São João del-Rei desde 2006, e com alunos das ciências biológicas tem exercitado jeitos de formar professores. No mestrado em educação é do Grupo de Pesquisa Educação, Filosofia e Imagem, lugar de bailes extravagantes, de deliciosas (e nutritivas) leituras onde acontecem possibilidades de inventar pesquisas. Tem se dedicado à leitura de autores que propõem uma filosofia pouco estruturalista (pós?), à produção de sentidos pela fotografia e pelo cinema. Se interessa pelas fraturas, pelos fragmentos, pelas travessias e superficialidades.

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Publicado

2015-10-03

Como Citar

Viana, G. M., Munford, D., Ferreira, M. S., & Fernandes, P. C. (2015). Relações teoria-prática na formação de professores de Ciências: um estudo das interações discursivas no interior de uma disciplina acadêmica. Arquivos Analíticos De Políticas Educativas, 23, 100. https://doi.org/10.14507/epaa.v23.2049

Edição

Seção

Etnografía y sociolingüística de la interacción