Transferência e mobilidade de políticas de educação superior na américa latina em tempos neoliberais
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.25.2756Palavras-chave:
Política educacional, Educação Superior, redes políticas, reforma educacional.Resumo
Resumo: O artigo tem o propósito de evidenciar os fluxos de políticas globais de educação nas políticas de Educação Superior e sua expressão em algumas políticas de dois países da América Latina – Brasil e Argentina – nas décadas de 1990 e 2000, a partir do referencial teórico-metodológico de Stephen Ball. Tomamos como pontos de partida dois grandes eventos – a Conferência Mundial de Educação para Todos, Jomtien (1990), e o Fórum Mundial de Educação, Dakar (2000) –, os quais são referências no movimento de transferência e mobilidade transnacional de políticas educacionais, capitaneado por agências internacionais como o Banco Mundial e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), além de outras organizações internacionais. Esses eventos e documentos deles decorrentes inauguraram a conectividade discursiva e epistêmica das redes de políticas globais e a exportação/importação dos discursos de reformas (Ball, 2014), em um ambiente favorável ao fluxo de ideias, pessoas e valores. Neles, foram disseminados conceitos, fixadas prioridades e ratificadas agendas de ações transnacionais, nos quais os países latino-americanos tiveram participação expressiva e estabeleceram consensos pela Reforma Educativa. Na Educação Superior, em países como o Brasil e a Argentina, observou-se, no período, forte expressão dos conceitos e recomendações decorrentes dos documentos firmados nesses eventos. Assim, este artigo destaca as recomendações incorporadas em algumas políticas desses países e evidencia os movimentos de interpretação no contexto das políticas nacionais, levando em conta o contexto histórico e as redes políticas estabelecidas nos âmbitos de cada país.