Pedagogias do Sul e subjetivação política: Os Bachilleratos Populares na Argentina como parte dos “movimentos pedagógicos latino-americanos"
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.26.3506Palavras-chave:
Pedagogias do Sul, Pensamento decolonial, Subjetivação política, Bachilleratos PopularesResumo
Neste artigo, recuperamos a abordagem da sociologia das emergências e vinculamos a proposta do pensamento decolonial às pedagogias críticas latino-americanas. Com esse quadro conceitual, e cruzando diversas concepções sobre a subjetividade política, propomo-nos a abordar a experiência dos Bachilleratos Populares de Jovens e Adultos na Argentina (BPJA) como parte dos movimentos pedagógicos latino-americanos orientados à reconstrução crítica do saber pedagógico. Os BPJA são escolas secundárias para jovens e adultos que trabalham de modo autogerido, no âmbito das organizações territoriais e das fábricas recuperadas, e adotam um projeto político-pedagógico ligado à educação popular de caráter emancipatório. Exigem que o Estado garanta o direito à educação para todos os setores sociais, ao mesmo tempo em que defendem a autonomia política e pedagógica de seu currículo. Como parte das novas formas de construção social, política e, portanto, pedagógica de vários movimentos sociais latino-americanos, propomos que os BPJA são uma expressão significativa da gestação de alternativas emergentes que, com grande potencial criativo e autorreflexivo, conseguiram pôr em questão certas formas tradicionais de educação, orientando-se à formação de sujeitos políticos e críticos, e transformando-se, eles próprios, em sujeitos pedagógicos coletivos.