Em tempos de neocolonialismo: Escola sem partido ou Escola partida?

Autores

  • Maria Cristina Giorgi Cefet/RJ http://orcid.org/0000-0001-5347-6115
  • Del Carmen Daher UFF, CNPQ
  • Dayala Paiva de Medeiros Vargens UFF
  • Fabiany Carneiro de Melo UFF/CPII

DOI:

https://doi.org/10.14507/epaa.26.3512

Palavras-chave:

Movimento escola sem partido, Pedagogia decolonial, trabalho docente, sociedade disciplinar, educação pública

Resumo

Neste artigo temos como objetivo discutir as perspectivas e projeções do Escola sem Partido (EsP), movimento que surge no Brasil em 2004 e ganha força no contexto das ofensivas conservadoras mais recentes e afirma ter como pauta principal uma “educação sem doutrinação”, além de defender um modelo de escola que se caracteriza por ser “sem partido”. Embasamos nossas reflexões na Pedagogia decolonial (Oliveira, 2016; Walsh, 2009) uma vez que entendemos o movimento EsP como um novo modo de colonizar as nossas escolas, com ideias que voltariam a servir aos interesses de grupos que bastante se aproximam daqueles que foram e ainda são beneficiados pela boa educação desde a época da colonização. Também lançamos mão da noção de sociedade disciplinar de Foucault (1982, 2004) para refletir sobre os mecanismos de controle sobre o trabalho docente propostos pelo EsP. Fazemos breve percurso sobre diferentes contextos históricos da escola no Brasil, sublinhando a indissociabilidade entre poder, política e educação. Nossas análises apontam que as forças conservadoras ligadas a projetos neoliberais têm empreendido verdadeiro ataque à educação pública pondo em risco conquistas populares e o esvaziamento do sentido efetivo de democracia no âmbito escolar.

 

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Biografia do Autor

Maria Cristina Giorgi, Cefet/RJ

Maria Cristina Giorgi é doutora em Letras pela Universidade Federal Fluminense (2012) e mestre em Letras (2005) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É graduada em Letras (Habilitação Português Espanhol) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Com orientação teórica em análise do discurso de base enunciativa, tem interesse em investigações sobre formação docente, e questões étnico-raciais, com especial foco em mídia e discurso. Desde 2005, é docente do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, onde atua no Ensino Médio e Técnico e nos Programas de Pós-Graduação em Relações Étnico-Raciais e Filosofia e Ensino e coordena o curso lato sensu em Relações Étnico-Raciais e Educação. É líder de pesquisa do Grupo Práticas discursivas na produção de identidades sociais: Fatores humanos, organizações, trabalho, tecnologia e sociedade (Cefet/RJ) e integra os grupos Práticas de Linguagem e discursividade (PraLinS-UERJ)e PRÁTICAS de linguagem, trabalho e formação docente (UFF).

Del Carmen Daher, UFF, CNPQ

Del Carmen Daher é Professora Associada da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisadora de Produtividade e Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq, desde 2010). Trabalha na graduação junto à licenciatura em Letras (Português-Espanhol) e na Pós-graduação, ao Programa de Estudos de Linguagem, na linha de pesquisa Teorias do texto, do discurso e da interação. É doutora em Linguística aplicada aos estudos das línguas, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Puc-SP, 2000), mestre em Letras Neolatinas (UFRJ, 1987) e licenciada e bacharel em Letras, nas habilitações Português e suas respectivas literaturas e em Português-Espanhol, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, 1980 e 1989). Realizou estágios pós-doutorais em Linguística aplicada, na Université de Paris XII - Val de Marne (CNPq, 2007), em Linguística e língua portuguesa, na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp-Araraquara, 2006) e em Políticas Públicas e Formação Humana (UERJ, 2017/02-2018/1).  É líder de pesquisa do Grupo de Pesquisa PRÁTICAS de linguagem, trabalho e formação docente (UFF, CNPq, desde 2010) e integra os grupos Práticas de Linguagem e discursividade (PraLinS-UERJ, CNPq) e  Atelier - Linguagem e trabalho (PUC-SP, CNPq, desde 1996.

Dayala Paiva de Medeiros Vargens, UFF

Possui graduação em Letras - Habilitação em Português / Espanhol pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2004), mestrado em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2005) e doutorado em Letras Neolatinas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2012). É professora adjunta da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, atuando especialmente na Prática de Pesquisa e Ensino em Letras Língua Portuguesa e Língua Espanhola. Atualmente, é coordenadora do Programa de Alfabetização e Leitura da Faculdade de Educação da UFF- PROALE/UFF.

Fabiany Carneiro de Melo, UFF/CPII

Possui licenciatura em Letras Português/Espanhol (2014) e mestrado acadêmico em Estudos de Linguagem (2017), ambos pela Universidade Federal Fluminense (UFF/RJ). Realizou também o diplomado en Pedagogía y Didáctica para la enseñanza de ELE no Instituto Caro y Cuervo em Bogotá - Colômbia (2015). Atua como professora de língua espanhola do Colégio Pedro II (Unidades Humaitá II e Niterói) nos ensinos fundamental II, médio e necessidades específicas (NAPNE) e no Programa de Línguas Estrangeiras Modernas da Universidade Federal Fluminense (PROLEM/UFF) com o ensino de língua e culturas hispânicas. Possui orientação teórica em Análise do Discurso de base enunciativa, interessando-se por investigações sobre ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras, formação docente e políticas educacionais.

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Publicado

2018-07-23

Como Citar

Giorgi, M. C., Daher, D. C., Paiva de Medeiros Vargens, D., & Carneiro de Melo, F. (2018). Em tempos de neocolonialismo: Escola sem partido ou Escola partida?. Arquivos Analíticos De Políticas Educativas, 26, 90. https://doi.org/10.14507/epaa.26.3512

Edição

Seção

Colonialidade e Pedagogia Decolonial