Resiliência no ensino superior: Um modelo conceitual e sua análise empírica

Resumo

Esta pesquisa analisa como a resiliência dos estudantes do ensino superior é moldada durante a graduação por fatores pessoais e contextuais. Nesta pesquisa, o discente resiliente é aquele que enfrenta uma grande carga de estresse e/ou adversidade durante o curso de graduação, mas consegue chegar ao final do curso satisfeito e/ou comprometido com a carreira escolhida. Com base na revisão da literatura, foi desenvolvido o Modelo de Resiliência Acadêmica (MRA), que explica as fontes de estresse e/ou adversidade, bem como os mecanismos e/ou fatores de proteção que impactam os estudantes ao longo do programa. O modelo foi empiricamente testado em uma universidade pública brasileira, a partir de um estudo qualitativo de base fenomenológica. Os resultados da validação do MRA indicam que as principais fontes de estresse e/ou adversidade e os mecanismos e/ou fatores de proteção vêm dos sistemas individuais, acadêmicos e externos. Exemplos de fontes de estresse/adversidade foram a baixa motivação inicial para o programa, problemas pessoais de saúde, deficiência didático-pedagógica do corpo docente, dificuldades de relacionamento com os pares e demandas profissionais concorrentes. Por outro lado, os principais mecanismos/fatores de proteção identificados foram a capacidade de adaptabilidade, autocontrole, organização pessoal, bom relacionamento com o corpo docente, integração com os pares e apoio à família. A pesquisa possibilitou identificar como a resiliência auxilia os discentes na superação de barreiras no ensino superior, gerando resultados importantes para futuras políticas educacionais.