Fundações corporativas: A privatização da educação e as estratégias de legitimidade política via responsabilidade social corporativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14507/epaa.31.7111

Palavras-chave:

política educacional, fundações filantrópicas, responsabilidade corporativa

Resumo

O objetivo deste trabalho é analisar os comportamentos das fundações corporativas (FCs) em seu papel de influenciar a política educacional via RSC. Complementarmente, analisaremos como a ideologia neoliberal se insere nos discursos destas FCs. Partiu-se da abordagem interpretativista e adotou-se metodologia qualitativa para análise dos documentos pelo software Nvivo. Identificamos as estratégias adotadas conforme adaptação da tipologia de Zhao (2012). Constatamos que as FCs exercem legitimidade política via RSC por duas estratégias principais: “Mudar Políticas” e “Inovar na Capacidade Operacional e Decisória do Estado”. Estas estratégias estão relacionadas. Para mudar as políticas públicas, a empresa precisa fazer parcerias com o Estado, mostrando como o novo arranjo atende às demandas estatais.  São mecanismos utilizados na estratégia “Mudar Políticas: participação em diálogos formais; na formulação de políticas públicas (regime de Colaboração nas escolas, Reforma do Ensino Médio, Homologação da Base Nacional Comum Curricular para o Ensino Fundamental), movimentos empresariais; apoio ao Conselho Nacional de Secretários da Educação, promoção de fóruns. O trabalho contribui para uma discussão pública acerca da participação de FCs na educação e no processo democrático, questionando limites, transparência de objetivos, interesses estratégicos e ressaltando a necessidade de inclusão equilibrada de outros atores da sociedade civil.

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Biografia do Autor

Juliana de Souza Bittar-Godinho, Universidade de São Paulo (FEA/USP)

Doutora em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEAUSP). Membro do Núcleo FEA de Pesquisa em Gênero, Raça e Sexualidade – GENERAS. Em seu doutorado investigou o papel das fundações corporativas na legitimação política de suas instituidoras, via Responsabilidade Social Corporativa.  Tem interesse em Responsabilidade Social Corporativa em sua dimensão política e crítica. Também tem feito pesquisas na área de educação queer, decolonial e humanista para os negócios.

João Paulo Resende de Lima, Universidade de São Paulo (FEA/USP)

Bacharel em Ciências Contábeis e Mestre em Controladoria e Contabilidade pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FEA-RP/USP) Doutorando em Contabilidade no Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP). Membro do Núcleo FEA de Pesquisa em GÊNEro, RAça e Sexualidade - GENERAS e do NUPECON/ESAN - Núcleo de Pesquisas e Estudos em Controle Gerencial. Autor de artigos e de capítulos de livros sobretudo na temática de identidade docente e sobre a experiência na pós-graduação.

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Publicado

2023-03-14

Como Citar

Bittar-Godinho, J. de S., & Lima, J. P. R. de. (2023). Fundações corporativas: A privatização da educação e as estratégias de legitimidade política via responsabilidade social corporativa. Arquivos Analíticos De Políticas Educativas, 31. https://doi.org/10.14507/epaa.31.7111

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