As Relações entre a Agenda Pós-moderna e os Fundamentos das Políticas de Formação de Professores no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.v19n19.2011Palavras-chave:
Políticas Educacionais. Formação de professores. Agenda pós-modernaResumo
Este artigo busca estabelecer relações entre a agenda pós-moderna e os fundamentos das políticas de formação de professores no Brasil. Após explicitar os pressupostos da agenda pós-moderna, busca-se desvelar os fundamentos das políticas de formação de professores e apontar os principais problemas decorrentes da influência da agenda pós-moderna na formação de professores. A temática que este ensaio abrange tem relevância no âmbito das políticas educacionais uma vez que a formação de professores pode contribuir, por um lado, para reproduzir uma educação pragmatista/utilitarista ou, por outro, para forjar uma proposta de educação voltada para os interesses da classe trabalhadora. Metodologicamente, a pesquisa foi fundamentada numa concepção materialista histórica e dialética e utilizou fontes bibliográficas e documentais. O estudo possibilitou concluir que as políticas de formação de professores, a partir da década de 1990, no Brasil, demonstram uma adequação às ideias pragmáticas, relativistas e subjetivistas, principalmente pelo enaltecimento da epistemologia da prática, na concepção de professor reflexivo e na lógica das competências. A agenda pós-moderna apresenta, em muitos aspectos, uma pauta comum com as políticas para formação de professores no que se refere à ênfase nas ações locais, efêmeras e imediatistas, na qual a realidade social deixa de ser vista como totalidade e passa a ser vista como fragmentada, multifacetada, fluida e plural. Isso se evidencia na formação de professores pela pulverização de ações, projetos, recursos e instâncias formadoras, em contraposição a uma proposta orgânica e consistente, que se constitua em uma política de Estado e de nação.