Desigualdades regionais nas universidades estaduais no Chile: Perspectivas sobre centralização e desenvolvimento neoliberal

Resumo

Considerando as perspectivas das mais altas autoridades das universidades estaduais-regionais (chamados reitores) e utilizando estatísticas públicas no ensino superior, discutimos as fontes da desigualdade regional no sistema universitário chileno. Apesar de haver poucas pesquisas sobre desigualdade regional na educação superior chilena, este é um tema bastante conhecido no debate global. No presente estudo, os depoimentos dos reitores relacionam suas percepções de desigualdade com das dimensões históricas, políticas e administrativas que determinaram o desenvolvimento de suas instituições. Enquanto o problema da desigualdade regional remonta a uma tradição de centralização política, as transformações neoliberais que se impõem desde 1981 foram apontadas pelos reitores por institucionalizarem padrões de mercantilização que reforçaram estas “desigualdades de origem” em detrimento das universidades estaduais-regionais. Desde os anos 2000, tendências de massificação, regulação e protestos estudantis transformam a ensino superior, conduzindo a uma reforma no setor em 2018. Apesar destas mudanças, observase-que desvantagens competitivas continuam limitando o papel público das universidades estaduais-regionais. Estratégias de desenvolvimento institucional emergem para compensar estas desigualdades, diferenciando entre ganhadores e perdedores da educação superior neoliberal. Este artigo aborda os modos de reprodução e superação de desigualdades regionais entre universidades estaduais sob a política neoliberal.