Programas especiais de formação superior de professores no Brasil: a universitarização do magistério em questão
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.v20n6.2012Palavras-chave:
Programas especiais, Formação superior de professores em serviço, Universitarização do magistério, Políticas educacionaisResumo
O artigo focaliza as políticas de formação de professores em serviço no Brasil e as ações empreendidas, a partir da década de 1990, por estados e municípios com vistas a promover a formação superior de docentes da escola primária. Para isso, analisa os discursos oficiais desse período, apresenta um mapeamento dos programas especiais criados para atender a essas demandas e examina, por meio de trabalho de campo etnográfico, as práticas pelas quais as professoras se apropriaram do modelo. O uso de novos dispositivos de formação, como a EaD e as TIC, e o envolvimento de novos agentes pedagógicos definem os traços mais explícitos desse novo modelo de formação. Tensões entre as esferas macro e micro das políticas adotadas nessa área puderam ser percebidas: de um lado, o êxito político decorrente da diplomação em nível superior de milhares de professores; de outro, um êxito pedagógico ainda incerto em virtude das condições em que os programas se realizaram. O artigo questiona a centralização e a padronização instauradas por tais programas, a lógica gerencial que guia a concepção do modelo instaurado, o esvaziamento da prática, e o pouco alcance desse modelo para a profissionalização do magistério.