Evasão Na EJA. Histórias De Abandono Ou Determinação? Usos e táticas de praticantes na autogestão da vida

Autores

  • Inês Barbosa de Oliveira Universidade do Estado do Rio de JAneiro
  • Maria Clara Gama Cabral Coutinho Fundação Osório

DOI:

https://doi.org/10.14507/epaa.v21n77.2013

Palavras-chave:

cotidiano escolar, educação de jovens e adultos, justiça cognitiva e social, emancipação social

Resumo

A partir de narrativas de sujeitos da educação de jovens e adultos, este texto discute a ideia de evasão escolar propondo a problematização do tema, considerando a possibilidade de compreensão desta como uma possível forma de uso da escola mais do que como uma desistência ou abandono. Nossa hipótese de reflexão é a de que esses alunos, que abdicam de dar continuidade à sua escolarização, podem estar deixando a EJA por escolha de vida, em nome do direito que possuem de usar a escola a seu modo e a seu favor, optando por estar nela quando há interesses específicos naquilo que ela pode oferecer, e por não estar quando outros interesses a ela se sobrepõem, sem que isso comprometa seu direito a uma vida digna e plena. Esta é a perspectiva da justiça cognitiva, na qual as relações entre os conhecimentos são horizontalizadas e não hierárquicas, evidenciando um diálogo e um enredamento que não privilegiam necessariamente os conhecimentos formais, estabelecendo-se como uma relação mais ecológica, de complementaridade e interdependência entre os conhecimentos escolares e os conhecimentos aprendidos com a vida cotidiana. Consideramos, ainda, a possibilidade de essas escolhas serem compreendidas como modos de exercer o direito a aprender por toda a vida a partir de objetivos e hierarquias de valores para além dos hegemônicos, porque baseados no reconhecimento, na validade e na importância de diferentes conhecimentos e valores.

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Biografia do Autor

Inês Barbosa de Oliveira, Universidade do Estado do Rio de JAneiro

Possui graduação em Pedagogia pela Faculdade de Educação Jacobina (1982), mestrado em Administração de Sistemas Educacionais pelo Instituto de Altos Estudos em Educação (1988) e doutorado em Sciences et Théories de L’Education - Université de Sciences Humaines de Strasbourg (1993). Atualmente é professora associada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e secretária geral da Associação Brasileira de Currículo (ABdC). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Teoria Geral de Planejamento e Desenvolvimento Curricular, atuando principalmente nos seguintes temas: cotidiano escolar, currículo, pesquisa no/do cotidiano, currículos praticados e emancipação social

Maria Clara Gama Cabral Coutinho, Fundação Osório

Mestra em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro/ UERJ. Possui graduação em Comunicação Social/ Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1984). Atualmente é professora do ensino fundamental da Fundação Osório, escola da rede federal de ensino. Atua principalmente nos seguintes temas: práticas emancipatórias no cotidiano escolar, alfabetização, narrativas, cotidiano, pedagogia do conflito e emancipação social, conhecimento em redes, Educação de Jovens e Adultos.

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Publicado

2013-09-23

Como Citar

Oliveira, I. B. de, & Coutinho, M. C. G. C. (2013). Evasão Na EJA. Histórias De Abandono Ou Determinação? Usos e táticas de praticantes na autogestão da vida. Arquivos Analíticos De Políticas Educativas, 21, 77. https://doi.org/10.14507/epaa.v21n77.2013

Edição

Seção

Articles