A permanência escolar na Educação de Jovens e Adultos: proposta de categorização discursiva a partir das pesquisas de 1998 a 2012 no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.v22n63.2014Palavras-chave:
Educação de Jovens e Adultos, PROEJA, permanência escolar, direito à educaçãoResumo
O presente trabalho configura-se como um ensaio a respeito da noção de permanência escolar, com foco na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Considerando que o termo permanência, a partir de 2007, é mencionado cada vez com maior frequência nos títulos das publicações investigadas, entende-se que a preocupação em melhor definir ou delimitar os aspectos implicados no permanecer na escola anuncia mudanças no modo de refletir sobre a evasão e o fracasso escolar de jovens e adultos. Se o senso comum, de alunos a gestores, atribui ao aluno a responsabilidade pela sua evasão ou fracasso escolar, as crescentes formulações em torno da noção de permanência, embora de forma incipiente, vão apontar para situações, empíricas ou não, nas quais outros operadores educacionais, além do aluno, assumem coletivamente tal responsabilidade. O primeiro objetivo deste ensaio é categorizar as formas de abordar o termo permanência escolar, relacionadas direta ou indiretamente com a EJA, presentes em trinta e uma publicações nacionais, no período entre 1998 a 2012. O segundo é apontar que as abordagens dos pesquisadores podem ser consideradas como uma gênese de construção coletiva, mesmo que ainda em formação dispersa, tendo em vista que, como inferimos, escolhem o objeto permanência escolar pelo fato de o tomarem como um lugar de experiência instituinte para agir, refletir e escrever sob o princípio do direito à qualidade da educação no Brasil. A discussão é conduzida por meio da noção de experiência instituinte de escrever sobre a permanência escolar em tensão com um discurso estabelecido sobre a evasão escolar entre jovens e adultos.