Contribuições para a História do sindicalismo docente, em Portugal: dos Grupos de Estudo, à afirmação e crise do movimento sindical docente
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.v22n37.2014Palavras-chave:
Grupos de Estudo, sindicalismo docente, neoliberalismo, criseResumo
Este artigo incide sobre as origens do sindicalismo docente, em Portugal, fazendo um percurso histórico pelo associativismo do século XIX e pelas primeiras manifestações sindicais na I República. À luz da História, pretende analisar a emergência do sindicalismo docente, em Portugal, e os seus percursos nas décadas de 70 e 80 do século XX e apresentar algumas das razões que contribuíram para uma substancial alteração no sindicalismo docente a partir de meados da década de 80. Daremos particular atenção às raízes do sindicalismo docente contemporâneo que se encontram nos Grupos de Estudo do Pessoal Docente do Ensino Secundário (GEPDES) e que constituem um movimento de reflexão e de reivindicação, antecipatório dos sindicatos de professores que se constituem nos dias imediatamente a seguir à revolução dos cravos. O estudo empírico realizado por meio de entrevistas a quatro dos principais protagonistas deste movimento revela os objetivos, a consciência política dos seus membros, as possíveis influências do Partido Comunista e a importãncia deste movimento na emergência e afirmação do sindicalismo docente.
Faz-se uma reflexão sobre as condições existentes em Portugal no pós- 25 de Abril de 1974 e sobre as condições que emergiram a partir da segunda metade da década de 80, sobretudo com o avanço de políticas economicistas e neoliberais, que contribuíram para uma certa decadência e crise do movimento sindical docente tal como para a crise das identidades profissionais dos professores. O sindicalismo docente constituiu-se como um movimento reflexivo afastando-se, progressivamente, das referências do movimento operário afirmando, ao mesmo tempo, a sua especificidade e autonomia.