O programa EDUCO, as avaliações de impacto, a economia política da reforma educativa global

Resumo

Durante as décadas de 1990 e 2000, uma política conhecida como Educação com Participação Comunitária (EDUCO) tornou-se não só a pedra angular da reforma da educação em El Salvador, mas também se tornou uma política educacional global conhecida por descentralizar para as famílias rurais, a responsabilidade de contratar e demitir professores. Como mostra este artigo, sua ascensão à fama não foi o resultado só do contexto político e económico em que nasceu; sua fama é também o resultado das avaliações de impacto produzidas pelo Banco Mundial, que serviu como base de evidencias para que esta e outras instituições internacionais pudessem promover e legitimar o modelo neoliberal de envolvimento da comunidade representada por EDUCO. No entanto, de maneira problemática, uma reavaliação dessas avaliações de impacto, revela, em primeiro lugar, que os resultados e conclusões sobre efeitos significativos de EDUCO não foram justificadas e, por outro, que a produção do avaliações de impacto como um todo é fundamentalmente falida devido ao nexo financeiro-político-intelectual, que surgiram a partir desses estudos, e à qual retornou para promover soluções mundiais políticas orientadas para o mercado. Neste sentido, para explicar a dinâmica da reforma que levaram a EDUCO, este documento (a) analisa sistematicamente os resultados e as limitações de cada um dos seis estudos de impacto que constituem a base de conhecimento internacional sobre esta política, ( b) reconsidera  o que, razoavelmente, podemos saber sobre EDUCO, (c) reflete sobre as implicações nacionais e internacionais de revisão crítica aqui apresentada (d) destaca as deficiências do método de avaliação de impacto e de pesquisa (e) ele sugere vários métodos alternativos que podem oferecer importantes descobertas para a política.