O ano de 1968 para além das Primaveras Boreais: Representações dos estudantes universitários brasileiros na esfera pública
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.26.3022Palavras-chave:
Novos Movimentos Sociais, Universidade, Estudantes, Brasil, 1968, Esfera pública, Correio do PovoResumo
Os movimentos estudantis que à escala planetária se desenvolveram durante o ano de 1968 tiveram um impacto considerável no Brasil, onde se revelaram como um dos grupos sociais na vanguarda da resistência cívica face à ditadura e da modernização do sistema universitário. Neste artigo estudam-se representações na esfera pública de estudantes universitários brasileiros em ação, construídas e disseminadas pela imprensa diária. Presta-se atenção (1) às motivações, às reivindicações e às aspirações da juventude universitária, (2) à sua capacidade de mobilização social, integração dos intervenientes políticos alternativos e negociação com o Estado, (3) aos espaços, tempos e intensidades das suas ações, e (4) às narrativas geradas pela imprensa diária a partir dos seus testemunhos, opiniões e interesses, dos seus protagonistas e dos restantes intervenientes sociais envolvidos na questão estudantil. O recorte temporal escolhido está delimitado pela Missa do Sétimo Dia, que marcou o fim dos sucessos de Calabouço e da Passeata dos Cem Mil, que pode ser considera o horizonte dos sucessos que resultaram no AI-5. A fonte principal foi o Correio do Povo, representativos dos setores liberal-conservadores do sul do Brasil.