Fundações privadas na educação média pública do Uruguai
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.27.3562Palavras-chave:
Educação Pública, Privatização, Fundação, Educação secundária, UruguaiResumo
As fundações são um dos atores que atualmente participan com o Estado na educação pública de diferentes países. Este artigo estuda a participação de três fundações na educação média pública do Uruguai, um país com alta presença estatal na educação formal. Propõe-se um marco conceitual que articula abordagens às privatizações educacionais (Ball & Junemann, 2012; Ball & Youdell, 2007; Bellei & Orellana, 2014; Verger & Bonal, 2012) e aos regimes do bem estar social (Adelantado, 1999; Esping Andersen, 1998; Razavi, 2007) dos quais emergem três dimensões analíticas: estratégica, espacial e relacional. A partir de entrevistas a seus diretores, da leitura de diversos documentos e de algumas observações participantes, são examinadas o tipo de trabalho que estas fundações vêm desenvolvendo, as relações que estabelecem com as empresas, com as organizações sociais e com o Estado, o tipo de vínculo que promovem com os estudantes e os docentes, bem como as consequências de tudo o acima referido, para o sentido do público na educação. Os resultados mostram a diversidade na dependência do negócio, bem como na sua integração à educação pública no Uruguai. Eles também alertam sobre algumas tensões que o Estado deve resolver para que a participação das fundações estenda e não dificulte a construção dos valores associados ao comum e ao coletivo na integração de todos os alunos ao ensino médio.