O robô take-over: Reflexões sobre o significado do automação da educação
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.26.3863Palavras-chave:
Tecnologias da Educação, Robô, Automação, Karl Marx, Hannah ArendtResumo
Com a tecnologia da educação apontando para a crescente automação das atividades educativas, alguns entusiastas chegam ao ponto de prever a substituição dos professores por robôs. O presente artigo pretende tomar tais declarações como uma provocação, encorajando-nos a questionar a maneira como compreendemos a educação e como efetivamente educamos, instigando assim nossas investigações acerca daquilo que constitui sempre o objeto da educação – o humano. Para seguir esta linha de questionamento, a exposição prosseguirá da seguinte forma: primeiramente, procurará esboçar o que é um “robô” e o que o distinguiria das demais máquinas, se é que algo o faz, começando pela origem do termo, na ficção, e fazendo uso de considerações sobre maquinaria e automação a partir de algumas noções de Karl Marx. Seguindo-se a isto, serão vistas algumas tentativas de se definir na vida real robôs e maquinaria semelhante, tal como usados pelas Tecnologias de Informação e Comunicação, conduzindo-nos a uma breve incursão pela Inteligência Artificial e pelo Machine Learning. Finalmente, a última parte recorrerá à teoria da ação de Hannah Arendt, num esforço para refletir a respeito do sentido das esperanças e tentativas de automação da educação.