Pessoas com deficiência na escola capixaba pós-1964: Questões da exceção

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14507/epaa.27.4518

Palavras-chave:

Educação Especial, Espírito Santo, Ditadura Militar

Resumo

No Brasil, nas décadas de 1950 a 1970, o termo “excepcional” definia pessoas com deficiência, em contraponto a um suposto ser humano “normal”. Por outro lado, denomina-se “regime de exceção” o governo ditatorial pós-golpe de 1964, contrapondo-se ao regime republicano democrático. A partir da análise de documentos legislativos, atas escolares, relatórios de Estágios de Treinamentos em Recursos Audiovisuais, propostas curriculares e do Diagnóstico da realidade de escolas de demonstração, este artigo indaga a produção dessas excepcionalidades e seus desdobramentos no atendimento escolar às pessoas com deficiência no estado do Espírito Santo no período ditatorial (1964-1985). Nesse período, produziu-se um movimento bifronte: no ensino público, a segregação de alunos ‘excepcionais’ - aparentemente sustentada por argumentos técnico-pedagógicos - obscurecia fatores sociais e econômicos que condicionavam exclusões dentro e fora das escolas; na esfera privada, a criação de instituições filantrópicas desobrigava o estado do atendimento àqueles que demandavam apoios diferenciados no campo da educação. No primeiro caso, tratava-se de promover diagnósticos e soluções que abrangiam desde o domínio de recursos audiovisuais e técnicas de ensino pelos professores até a organização de turmas de acordo com “níveis” e “capacidades” de aprendizagem das crianças julgadas “excepcionais”. No segundo caso, negavam-se princípios básicos de cidadania.

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Biografia do Autor

Denise Meyrelles Jesus, Universidade Federal do Espírito Santo

Graduação em pedagogia pela Universidade Federal do Espírito Santo, Mestrado em Educação - University of Iowa e Doutorado em Psicologia da Educação - University of California- Los Angeles, Pós-Doutorado em Educação Especial, USP, UFRGS. Atualmente é professora Titular da Universidade Federal do Espírito Santo. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Especial, atuando principalmente nos seguintes temas: educação especial, educação inclusiva, formação de profissionais em educação especial, políticas públicas, formação continuada com ênfase em pesquisa-ação colaborativo-crítica e educação especial comparada internacional.

Regina Helena Silva Simões, Universidade Federal do Espírito Santo

Graduação em História, mestrado e doutorado em Educação. Professora dos cursos de Pedagogia, mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Educação do Centro de Educação da Universidade Federal do Espírito Santo. Coordenadora do Núcleo Capixaba de Pesquisa em História da Educação. Pesquisa a história da educação no estado do Espírito Santo, focalizando especialmente processos de formação e práticas de professores. Principais áreas de interesse: história e historiografia da educação, formação de professores e práticas docentes.

Miriã Lúcia Luiz, Universidade Federal do Espírito Santo

Graduação em Pedagogia e História, mestrado e doutorado em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo. É membro do Núcleo Capixaba de Pesquisa em História da Educação. É professora do Quadro Permanente da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Atua nas áreas de História da Educação, Ensino de História e Formação e prática de professores.

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Publicado

2019-06-03

Como Citar

Jesus, D. M., Simões, R. H. S., & Luiz, M. L. (2019). Pessoas com deficiência na escola capixaba pós-1964: Questões da exceção. Arquivos Analíticos De Políticas Educativas, 27, 67. https://doi.org/10.14507/epaa.27.4518

Edição

Seção

Politicas Públicas em Educação Especial em Tempos de Ditadura