Interculturalidade e ensino de ciências: O cotidiano de uma sala de aula
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.28.4699Palavras-chave:
Educação Indígena, Ensino de Ciências, InterculturalidadeResumo
Historicamente, a ciência se tornou um obstáculo para a entrada de outros saberes nas escolas. Desde 1990 a superioridade do conhecimento científico começou a sofrer críticas pelos pesquisadores da educação. Paralelamente, a educação indígena vem se afirmando como um espaço privilegiado de reconhecimento das relações dos grupos culturais entre si, de maneira que os saberes tradicionais foram incorporados ao currículo escolar, trazendo outros desafios para o trabalho pedagógico. Neste artigo tratamos de um estudo de caso, na qual os saberes tradicionais fizeram parte de uma Disciplina do Curso de Licenciatura para Educadores Indígenas da Universidade Federal de Minas Gerais. Coletamos situações interrelacionadas envolvendo o plantio de alimentos e as observações astronômicas sob várias concepções, e as desenvolvemos de forma dialógica em sala de aula. O fortalecimento da cultura indígena foi repensada à medida que a interlocução mantida nos fez ver a viabilidade do diálogo intercultural em sua complexidade. Esperamos contribuir para superar a dicotomia entre o conhecimento científico e a cultura tradicional nas proposições curriculares da educação escolar indígena e não indígena.