Formação de pedagogos e pedagogas indígenas: Uma terra de direitos e de resistência
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.28.4704Palavras-chave:
Pedagogia indígena, formação de professores, universidade pública, BrasilResumo
Analisa o processo de construção coletiva do Projeto Político-Pedagógico da Licenciatura em Pedagogia Indígena, da Universidade Estadual do Centro Oeste, em Guarapuava/PR/BR, a partir da apresentação da demanda pela comunidade indígena do Rio das Cobras. Explicita o aparato jurídico-pedagógico acerca do acesso ao ensino superior, do curso de Pedagogia, bem como da formação de professores indígenas. Aduz o processo de construção coletiva do projeto em questão e os diversos sujeitos envolvidos. Apresenta o processo de seleção especial dos candidatos ao curso e o seu perfil. Utiliza a pesquisa bibliográfica, mediada com a análise documental. Consideramos que esse processo instigou o coletivo envolvido a refletir sobre a função social da Universidade pública, que é também aproximar-se do povo, construindo estratégias de acesso e permanência dos sujeitos, especialmente dos grupos minorizados. Entendemos que a consolidação do curso de Pedagogia, atendendo às especificidades culturais e epistemológicas dos indígenas, representa uma forma de resistir, de ocupar a Universidade, garantindo que ela se pinte de povo, que ela, de alguma forma, contribua para fortalecer processos de auto-organização, de formação humana em todas as dimensões, de acesso a diferentes formas de conhecimento, de qualificação profissional, de reavaliação da própria organização do trabalho pedagógico na Universidade.