Educação escolar indígena e intercultura: Um diálogo possível e necessário
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.28.4755Palavras-chave:
educação escolar indígena, interculturalidade, povo GuaraniResumo
Este texto tem como foco central discutir as questões relacionadas à educação escolar indígena no Brasil, bem como os pressupostos da interculturalidade para se pensa-la. Trata-se de uma pesquisa teórica, de cunho qualitativo. A Educação Escolar Indígena no Brasil hoje requer uma postura crítica e cuidadosa. O que hoje se denomina de Nação brasileira formou-se pelo encontro de três grandes matrizes étnico-culturais: a Indígena, a Europeia e a Africana. Tal constatação nos remete a uma conclusão óbvia: qualquer proposta de educação que se pretenda generosa e inclusiva precisa levar em consideração as questões relativas à diversidade cultural da sociedade brasileira. Para que esse diálogo intercultural aconteça se faz necessário romper com a mentalidade colonial. Precisamos de um paradigma de relacionamento que reconheça/respeite a alteridade indígena e promova seu protagonismo (Castro, 2000). A Lei de Diretrizes e Base (LDB) propõe um conjunto de orientações que, mesmo com fragilidades, se postas em prática, poderiam proporcionar um avanço nas políticas públicas no que tange à educação escolar indígena. O processo educativo nas comunidades indígenas – neste texto, traremos como exemplo o povo guarani – acontece através da troca de experiências, na construção de um saber coletivo, intermediada pelo Karaí. Propomos uma educação escolar indígena tomando como ponto de partida alguns fundamentos da interculturalidade, mediados pelo diálogo cooperativo.