Pesquisa colaborativa no doutorado: Benefícios e desafios de um estudo de caso
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.29.5587Palavras-chave:
pesquisadores educacionais, escrita colaborativa, teses de doutorado, relato autobiográfico, Educação superiorResumo
Este artigo se propõe a mostrar os benefícios e desafios da colaboração em processos de pesquisa. Partimos do relato da experiência de dois diretores e dois doutorandos para poder problematizar os regulamentos acadêmicos em que se exige que as teses de doutorado na modalidade tradicional sejam assinadas individualmente. Utiliza-se a metodologia qualitativa de estudo de caso, por meio da análise dos relatos autobiográficos e dos diários de campo dos alunos de doutorado, bem como dos fragmentos dos diários de campo dos dois orientadores de tese. Os resultados mostram experiências narradas em primeira mão sobre o que significa e como tem sido vivida a experiência de desenvolver duas teses colaborativas. Com esta pesquisa detectamos quatro benefícios, que ao mesmo tempo são desafios, que surgem do fato de trabalharmos colaborativamente e narrarmos juntos. Primeiro, encontramos a capacidade de transcender a individualidade e criar conhecimento coletivo; Isso nos leva ao segundo, relacionado à necessidade de criar uma atmosfera de confiança; terceiro, a criação e uso da mesma linguagem; o que permite, como um quarto bem e desafio, tratar a informação de forma colaborativa. Dada a importância de desenvolver pesquisas onde a colaboração é cada vez mais frequente, esta experiência conclui pela necessidade de evidenciar as inconsistências entre o enquadramento legal das teses de doutoramento e da obtenção do grau de doutor e as necessidades actuais de investigações colaborativas.