Implementação de políticas educacionais para migrantes: Um estudo de caso no cantão suíço de Genebra
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.29.5726Palavras-chave:
Políticas educativas, integração de migrantes, concepção de políticas, implementação de políticasResumo
O contexto suíço apresenta um padrão específico, sendo um país confederal que assenta no princípio da subsidiariedade. Portanto, os cantões funcionam de forma independente perante a autoridade central operam num quadro de um poder reduzido de autoridade central (Boulenger et al., 2012; Revaz, 2020) e são autónomos em relação às políticas de educação a nível local (Akkari, 2019). Contudo, desde a adopção de uma nova lei em 2005, o Conselho Federal, os cantões, os municípios e as cidades colaboram oficialmente na política de migração (Chifelle, 2018; Facchinetti, 2012). Neste contexto particular, a confederação concebeu políticas de migração que dão orientações aos governos cantonais. A nossa investigação visa analisar uma orientação política confederal sobre a educação dos migrantes e a sua interpretação no cantão de Genebra. Em particular, examinámos a “dissociação” entre a orientação geral da Confederação e a implementação a nível local. Para tal, estudámos a implementação de um programa cantonal denominado L'école des mamans (escola das mães) dedicado a preparar as famílias dos migrantes para a inscrição dos seus filhos na escola primária. Os nossos principais resultados mostram que existe uma distorção entre os objectivos da política e a sua fase de implementação. Observamos também um modelo de resistência à mudança, sem modificação das práticas dos actores em relação aos pais dos migrantes, apesar da nova orientação da política de integração.