Novo keynesianismo ou austeridade inteligente? Tecnologias digitais e privatização educacional pós-COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.30.6926Palavras-chave:
política educacional, governança digital, neoliberalismo, capitalismo digital, redes políticasResumo
A hegemonia neoliberal encontra a sua última expressão numa agenda tecnoeducativa que, organizada em redes políticas com diferentes ramificações em cada país (corporações tecnológicas, fundações filantrópicas, lobbies e think-tanks), governa os assuntos de uma grande parte do mundo. Entre as suas tendências mais significativas estão a expansão dos mercados para cada vez mais esferas da educação através de plataformas digitais, os processos de valorização dos dados de professores e alunos, bem como as dinâmicas de privatização ou desregulamentação que não tinham sido contempladas durante a primeira década de austeridade. No seguimento disto, o objetivo do artigo é analisar a mudança do poder público para o setor privado e o bloqueio de soluções pedagógicas alternativas ao mercado como resultado da introdução das tecnologias digitais na política educacional espanhola. Para além de uma análise detalhada dos contratos públicos (web scraping), a metodologia baseia-se nas abordagens analíticas da “Etnografia em Rede” e “Análise do Discurso Crítico”. Os resultados mostram que os mecanismos europeus para erradicar as desigualdades ou brecha digital na educação, ou os fundos europeus NextGenerationUE, materializam-se nas principais agendas programáticas para digitalizar a educação que acabam por reforçar os capitalistas nacionais.
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