Para que aprender matemática? Constituição de cidadãos responsáveis pela resolução de problemas
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.32.8051Palavras-chave:
habilidades, cosmopolita inacabado, individualismoResumo
O artigo aborda o conceito de cidadania a partir do contexto da Educação Matemática. Problematiza a conversão da Educação Matemática em ferramental para a resolução de problemas em todas as esferas da vida privada, bem como o esmaecimento do campo político e formativo da cidadania fomentado pelo conhecimento matemático. Para tanto, foram analisados 40 documentos publicados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura [UNESCO] e 14 documentos de orientação curricular brasileiros, publicados entre os anos de 1996 e 2018. Como ferramenta teórico-metodológica, foi utilizado o conceito de metamorfose, de Ullrich Beck. Para tensionar a recorrência da prescrição da resolução de problemas e da cidadania associada à responsabilização individual, foi utilizado o conceito de cidadão cosmopolita inacabado, de Tomaz Popkewitz. Conclui-se que, independentemente da aprendizagem de conteúdos e da formação matemática, os documentos incentivam o desenvolvimento de habilidades necessárias ao cidadão para que este saiba resolver problemas em situações de incerteza e de risco. Diante de tal constatação, afirma-se que o conceito de cidadania posto em circulação foi metamorfoseado e deixa de estar associado à garantia de direitos e deveres para uma vida digna.
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