Trabalho, Educação e Emancipação Humana: A Afirmação da EJA como Direito
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.v22n65.2014Palavras-chave:
EJA – Brasil, Trabalho-Educação, emancipação humanaResumo
Este artigo aborda a Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil como direito e como campo, com práticas e reflexões de matrizes político-pedagógicas distintas ou mesmo antagônicas. Tais reflexões inserem-se no debate sobre os fundamentos e modalidades da relação entre educação, trabalho e emancipação humana. Uma ideia força do texto é a convicção de que pessoas jovens e adultas são sujeitos de direitos e que a plena realização de um deles – o acesso e permanência na escola – depende do (re)conhecimento, por todos aqueles que estão envolvidos no campo, da natureza e do potencial da relação desses sujeitos com os mundos do trabalho. Neste estudo de natureza qualitativa, as autoras realizaram análise documental e retomaram dados de duas pesquisas qualitativas em Educação, que coletaram dados por meio de entrevistas individuais semiestruturadas, observação participante e registro em diário de campo. Argumentou-se sobre a centralidade da experiência singular e coletiva do aluno-trabalhador para mediar relações entre trabalho e educação no currículo da EJA. As autoras enfatizam o trabalho como lugar de produção, mobilização e (re)interpretação permanente de saberes e valores pelos trabalhadores. Estes, ao ingressarem em cursos de EJA, colocam em circulação no contexto escolar estes saberes e valores produzidos no mundo do trabalho, gerando tensionamentos que impelem a reaproximação entre saberes escolares e experiência de trabalho. As autoras ressaltam a pertinência de novos estudos sobre o Currículo Integrado e outras práticas curriculares que valorizem o trabalho enquanto experiência humana.