Decolonialidade como epistemologia para o campo teórico da internacionalização da Educação Superior
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.26.3026Palavras-chave:
Educação superior, Internacionalização, Epistemologia, DecolonialidadeResumo
O objetivo deste artigo é propor uma aproximação entre a perspectiva epistemológica decolonial e o campo teórico da internacionalização da educação superior, com base nos pressupostos de que 1. As desigualdades subjacentes às relações Norte-Sul também se manifestam no domínio da educação superior internacional e 2. A produção científica desse campo pode ser mais significativa e funcional aos países do Sul se consideradas suas raízes epistêmicas e condicionalidades históricas. Inicialmente, contextualiza-se a decolonialidade como postura epistemológica e tradição de pesquisa. Na sequência, abordam-se as contradições evidenciadas na educação superior internacional contemporânea. O estudo segue com o debate sobre a inserção da perspectiva decolonial nos estudos sobre internacionalização, tendo como referência o projeto intelectual de crítica/resistência dessa epistemologia em relação às tendências eurocentradas da modernidade, cuja manifestação mais influente na educação superior é a globalização em curso. Buscas sistemáticas nas bases Portal de Periódicos Capes e Scopus reforçam essa possibilidade de aproximação, pois revelam um debate científico internacional acerca das formas coloniais/neocoloniais presentes na educação superior e indicam haver espaço para o desenvolvimento de estudos decoloniais nesse campo. Nas considerações finais, apresenta-se a cooperação Sul-Sul como possível objeto de interesse empírico para a pesquisa científica em internacionalização sob as lentes teóricas da decolonialidade.