A interpelação das políticas de inclusão para a gramática escolar da escola secundária argentina
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.27.3110Palavras-chave:
escola secundária, gramática escolar, interpelação ideológica, políticas inclusivasResumo
Neste artigo, propomos uma leitura teórica-analítica do modo em que as políticas de inclusão desplegadas na escola secundária argentina na última década interpelam sua gramática. O alcance da noção interpelação é discutida teoricamente; o que permite abordar as políticas educacionais e seus efeitos em termos de performatividade e afetação à lógica escolar e suas regras de produção e funcionamento. A gramática escolar é conceitualizada como uma matriz geradora e estruturante de práticas, identidades e discursividades escolares através da qual são criados os sentidos sobre a escolarização. Seguindo nossa hipótese teórica, argumentamos que as políticas de inclusão foram dirigidas para desestabilizar componentes daquela matriz generativa. Para este fim, são apresentados os principais regulamentos e ações das políticas educacionais que tentaram institucionalizar novos significados para este nível. Essas políticas produziram uma interpelação para a ideologia da escola estruturando uma gramática escolar normalizadora e classificadora dos sujeitos. As mudanças normativas políticas que tendem à inclusão (nas dimensões social, pedagógica e cultural) introduziu uma terceiridade que desafia a matriz da gramática escolar organizada em pares binários de opostos hegemônicos e subalternos. Essa interpelação ideológica das políticas permitiu o surgimento de novos ideais culturais e outras identificações subjetivas e institucionais.