“Um problema que eles nem sabem que existe”: Desigualdade, pobreza e discursos invisíveis em Teach First New Zealand
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.27.4104Palavras-chave:
pobreza, desigualdade, desempenho insuficiente, Teach First New Zealand, Teach for AllResumo
Esta pesquisa baseia-se em dados qualitativos coletados em Aotearoa Nova Zelândia durante um período de seis meses para examinar as maneiras pelas quais os participantes do Teach First New Zealand (TFNZ), afiliado do Teach for All, discutem questões de pobreza e desempenho educacional em seus contextos de ensino. Os resultados deste estudo sugerem que padrões discursivos amplos tendem a prevalecer entre os participantes da TFNZ entrevistados. Ao discutir questões de pobreza e insucesso educacional, os participantes privilegiaram a responsabilidade pessoal, a agência individual e a mobilidade social como estruturas explicativas. Os participantes tendiam a perceber indivíduos, famílias e comunidades como responsáveis por suas desvantagens socioeconômicas, e poucos conseguiram articular entendimentos mais complexos. Descobrimos que os participantes do TFNZ tinham pouca ou nenhuma experiência direta com pobreza ou iniquidade educacional antes de entrar no esquema e tinham entendimentos limitados desses fenômenos. Apesar disso, os participantes compartilhavam uma crença quase universal de que a educação era o principal meio pelo qual a desvantagem poderia ser superada, privilegiando concepções individualistas de fenômenos sociais complexos. À medida que o Teach for All se expande globalmente, há necessidade de um trabalho empírico documentando como os participantes articulam sua missão de abordar a desigualdade, como esses entendimentos se traduzem em prática e as maneiras pelas quais os discursos educacionais implícitos e explícitos moldam suas perspectivas sobre os alunos e as comunidades. Este trabalho acrescentou importância à medida que os atores do Teach for All continuam incentivando o movimento de ex-alunos em políticas e liderança.