Educação escolar indígena e saberes tradicionais: A percepção dos professores Pipipã de Kambixuru
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.28.4728Palavras-chave:
Educação, Interculturalidade, Pipipã de Kambixuru, Professores, SaberesResumo
Este artigo é parte de uma investigação de doutoramento, que versa sobre a educação escolar e os saberes tradicionais dos Pipipã de Kambixuru, situados no município de Floresta, Pernambuco, Brasil. Serão apresentados os relatos dos professores indígenas sobre a importância da educação escolar e a inclusão dos saberes tradicionais, nomeadamente a medicina, o Toré e a Jurema Sagrada no currículo diferenciado da Escola Estadual Indígena Joaquim Roseno, na Aldeia Travessão do Ouro. Foi seguida uma abordagem etnográfica, concretizada numa observação participante no território indígena, onde foram feitas entrevistas com os docentes, dando-se ênfase ao processo intercultural da construção do currículo e metodologias utilizadas nas aulas. Os saberes tradicionais são apresentados à comunidade na escola e através da oralidade e, apesar dos processos de aculturação existentes, é perceptível a perseverança da comunidade indígena em manter o seu legado. O discurso intercultural contribui para a permanência e resistência deste povo, pois a diversidade cultural em seus conceitos epistemológicos e em sua prática é de suma relevância tanto para a construção acadêmica quanto para uma pedagogia da vida.