Mitos e realidades sobre a inclusão de migrantes em escolas chilenas: A aprendizagem da escrita
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.29.5801Palavras-chave:
Migrantes, escrita, inclusão, políticas educacionais, ChileResumo
O crescimento da imigração no Chile durante a última década desafiou um sistema escolar altamente segregado. Ainda que o Chile subscreva o quarto Objetivo do Desenvolvimento Sustentável da ONU para uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade, a estrutura do sistema escolar chileno e a falta de uma política educacional intercultural constituem obstáculos para garantir o direito à educação. Este artigo busca fornecer evidências sobre as condições em que estudantes imigrantes aprendem no Chile, por meio da investigação do desempenho na escrita e das barreiras de aprendizagem associadas (ensino de crenças, atitudes e expectativas), bem como aspectos do bem estar socioemocional do estudante. A performance na escrita é relevante porque constitui um mediador (ou obstáculo) potencial para a aprendizagem escolar. Os resultados mostram dois grupos de desempenho entre os alunos migrantes, que enfrentam barreiras diferentes dependendo de sua origem. Aqueles que vêm do Haiti, Bolívia e República Dominicana são mais vulneráveis; enquanto os alunos do Peru, Venezuela e Colômbia obtêm melhor desempenho na escrita, têm maior autoestima e autoeficácia e geram maiores expectativas educacionais do que seus pares, o que sugere investigar as interseções entre língua e raça que estão ligadas à discriminação e ao preconceito.