Política de alimentação escolar brasileira: Representações sociais e marcas do passado

Autores

  • Silvia Alicia Martínez Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
  • Francine Nogueira Lamy Garcia Pinho Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

DOI:

https://doi.org/10.14507/epaa.24.2241

Palavras-chave:

política de alimentação escolar, adesão, representações sociais, vulnerabilidade social

Resumo

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é uma política pública brasileira regulamentada pelo Ministério da Educação e direcionada ao ambiente escolar, de caráter universal, que tem como foco principal a suplementação alimentar e a promoção de uma educação nutricional voltada para as instituições escolares públicas. Entretanto, adesão por parte dos alunos é baixa. A alimentação escolar brasileira é historicamente conhecida como “merenda escolar”, denominação que adquiriu no contexto da sua criação, em 1955, e que perdura até os dias de hoje no cotidiano escolar. Este texto pretende demonstrar que o passado fortemente assistencialista que envolveu a criação da política de alimentação escolar no Brasil deixou marcas duradoras na representação social desta refeição, impedindo, como consequência, a sua universalização. A partir desta premissa, foram desenvolvidos dois processos metodológicos simultâneos: por um lado, foi realizada uma pesquisa qualitativa com alunos, gestores e merendeiras, para captar as representações sociais dos envolvidos. Por outro, foram revisitados documentos históricos da política, visando perceber algumas das raízes das representações sociais presenciadas na atualidade(Moscovici, 2011). Verificou-se que, apesar das melhorias na qualidade nutricional e no processo da oferta desta refeição no ambiente escolar, há ainda dissonância entre as teorias regulamentadoras e as práticas cotidianas vivenciadas nas escolas, agravadas por uma operacionalização inadequada da merenda. Constatou-se, ainda, que a maior adesão está associada ao aluno mais carente do ponto de vista socioeconômico, o que demonstra que ainda não foi possível superar a representação social da política como assistencialista.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Silvia Alicia Martínez, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Professora Associada no Programa de pós-Graduação em Políticas Sociais na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Doutora e Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ); Graduada em Ciências da Educação (Mar del Plata-Argentina). Fez Estágio de Pós-doutoramento na Universidade de Lisboa. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Política e História da Educação. É líder do Grupo de Pesquisa Educação, Sociedade e Região.

Francine Nogueira Lamy Garcia Pinho, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Doutoranda e Mestre em Políticas Sociais pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF-RJ) e Graduada em Nutrição pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ).

Downloads

Publicado

2016-06-13

Como Citar

Martínez, S. A., & Pinho, F. N. L. G. (2016). Política de alimentação escolar brasileira: Representações sociais e marcas do passado. Arquivos Analíticos De Políticas Educativas, 24, 66. https://doi.org/10.14507/epaa.24.2241

Edição

Seção

Articles