Corporações privadas na educação superior brasileira: Implicações das novas práticas organizacionais
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.26.3606Palavras-chave:
governança corporativa, educação superior, novas práticas organizacionais, trabalho docenteResumo
Este artigo objetivou analisar as implicações da adoção do modelo de governança corporativa nos grupos educacionais brasileiros com ações na bolsa de valores e como essa forma de gestão afeta o trabalho docente. Trata-se de uma pesquisa documental, que adotou uma perspectiva crítica. Os dados foram tratados à luz da análise de conteúdo. Constatou-se que a governança corporativa apresenta uma conjuntura complexa, emergindo na arena educacional com o intuito de auxiliar os proprietários de instituições de ensino superior privadas na acumulação do capital. A inserção de novas práticas organizacionais visa aumentar as margens de lucro com menos investimento e em um curto período. No entanto, esse caminho para o crescimento tem implicações diretas na vida profissional e pessoal do docente, uma vez que está vinculado à superexploração do trabalhador, à redução salarial e ao número crescente de demissões ao término de cada semestre letivo. Dessa feita, os docentes passaram a atuar em um ambiente de instabilidade e opressão.