Edtech como fetiche: Limites dos processos de transformação da escola
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.26.3626Palavras-chave:
Cultura, Dispositivos Móveis, Normatividade, ControleResumo
Atendendo à chamada do dossiê Edtech e Políticas de Formação Humana, neste artigo são apresentadas reflexões suscitadas no desenvolvimento da pesquisa de mestrado e que têm como objetivo analisar os sentidos atribuídos aos usos de dispositivos móveis na sala de aula pelos docentes formadores de professores. Trata-se de um estudo de cunho etnográfico realizado em uma instituição de formação de professores na modalidade Ensino Médio Normal localizada em um bairro do município do Rio de Janeiro. O estudo, realizado a partir das apropriações de aportes pós-estruturais e pós-coloniais, assume uma concepção de cultura como processo incessante de enunciação de sentidos, para analisar as tensões culturais decorrentes dos usos dos dispositivos móveis nos processos de escolarização, frequentemente marcados por uma normatividade motivada pelas expectativas dos professores de que é possível controlar os processos de significação. No texto são apresentados argumentos para sustentar a compreensão de que o potencial interativo e formador dos dispositivos móveis tende a ser minimizado em um contexto em que ainda são muito presentes práticas escolares que se sustentam em um projeto de escolarização marcado por uma expectativa normativa e de padronização cultural.