Políticas de administração e gestão em países da Lusofonia: Perspectivas críticas sobre a Nova Gestão Pública e a pós-burocracia em educação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14507/epaa.26.4254

Palavras-chave:

Nova Gestão Pública, Administração e Gestão, Política Educacional

Resumo

Nas últimas décadas, ganhou centralidade a chamada Nova Gestão Pública/New Public Management que se tem traduzido, entre outras formas, pela incorporação e implementação de princípios de racionalidade empresarial e de gestão privada nas instituições e organizações públicas. Muitas reformas setoriais seguiram esses princípios, alguns dos quais foram concretizados na redefinição do papel do Estado e em alterações nos procedimentos da administração pública, tendo também induzido outras mudanças nos modos de regulação social em contexto de internacionalização crescente do capitalismo. Na sequência destas mudanças, a obsessão (frequentemente mais retórica do que real) com a eficácia e eficiência do Estado passou também a ser entendida no quadro de uma racionalidade pós-burocrática. Esta nova racionalidade foi, no entanto, pouco accionada nos textos que se seguem, tal como aconteceu com a da hiperburocracia—ao contrário do que era desejo dos editores deste dossiê. Esta constatação não deixa, de algum modo, de revelar que a ideologia da Nova Gestão Pública é ainda o referente hegemónico no campo da pesquisa e reflexão das ciências sociais e das ciências da educação. Ainda assim, do nosso ponto de vista, o que é mais notório nas contribuições que se seguem é que muitas das promessas das diferentes versões da ideologia da Nova Gestão Pública, ou não foram cumpridas, ou foram-no apenas parcialmente, sendo uma das críticas mais contundentes a esta ideologia aquela que se pode traduzir na ideia de que administrar é muito diferente de governar. Em síntese, o  Dossiê aqui apresentado, objetiva, entre outros aspectos e em diferentes contextos nacionais da lusofonia, analisar reformas e políticas públicas de educação (com dominância em dimensões da administração e gestão, avaliação e accountability, privatização e mercadorização) que, implícita ou explicitamente, assumem, em graus muitos diversos de aprofundamento crítico e/ou de sustentação teórico-conceptual e empírica,  alguns dos  pressupostos atrás referenciados, os quais os/as autores/as entenderam priorizar.

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Biografia do Autor

Almerindo Janela Afonso, Universidade do Minho

Sociólogo, Doutor em Educação, Professor Associado (com tenure) da Unversidade do Minho/Portugal e pesquisador do Centro de Investigação em Educação (CIEd). É coordenador da especialidade de Sociologia da Educação e Política Educativa do doutoramento em Ciências da Educação, foi diretor do Departamento de Ciências Sociais da Educação, membro do Conselho Nacional de Educação e Presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação.

Geovana Mendonça Lunardi Mendes, Universidade do Estado de Santa Catarina

Professora Titular do Programa de Pós-graduação em Educação, do Centro de Ciências Humanas e da Educação da Universidade do Estado de Santa Catarina(UDESC).  É vice-presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Educação(ANPED). É editora associada da Revista Brasileira de Educação, da Revista Brasileira de Educação Especial e da Arquivos Analíticos de Políticas Educativas.

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Publicado

2018-10-15

Como Citar

Afonso, A. J., & Lunardi Mendes, G. M. (2018). Políticas de administração e gestão em países da Lusofonia: Perspectivas críticas sobre a Nova Gestão Pública e a pós-burocracia em educação. Arquivos Analíticos De Políticas Educativas, 26, 127. https://doi.org/10.14507/epaa.26.4254

Edição

Seção

Políticas da Administração e Gestão em Países da Lusofonia