Identidade, voz e agência: Chaves para o ensino inclusivo da escrita na universidade
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.28.4722Palavras-chave:
Ensino Superior, Escrita acadêmica, América Latina, Inclusão, EquidadeResumo
Entre os processos de expansão da matrícula no Ensino Superior na América Latina, destaca-se a implementação de políticas de inclusão que beneficiam os estudantes tradicionalmente excluídos. No entanto, a escrita académica continua a ser um desafio para as seus itinerários académicos. O objetivo deste artigo é propor um quadro conceptual sobre inclusão e escrita, baseado em evidências, que supere a narrativa do déficit e valide as perspectivas dos estudantes. Através de um desenho qualitativo, foram realizadas entrevistas e enquetes com os participantes de um programa nacional de admissão equitativa em três universidades chilenas, que foram analisadas utilizando códigos temáticos e protocolos de confiabilidade qualitativa. Os resultados mostram uma baixa apreciação dos alunos pelas suas práticas de leitura e escrita vernacular variadas e frequentes e uma tensão entre a sua identidade e desempenho linguístico em diferentes espaços de utilização dentro e fora do ambiente académico. Além disso, as práticas de alfabetização autogeridas, o compromisso com a tarefa de escrever e a possibilidade de colocar a própria perspectiva na escrita parecem ser fatores de persistência. Com base nestes dados, são propostas recomendações para operacionalizar a inclusão universitária na redação do currículo com base nos conceitos de identidade, voz e agência dos estudantes.