O modelo de governança corporativa na educação superior e as repercussões no trabalho docente: Um estudo de caso
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.28.4890Palavras-chave:
Financeirização, Educação Superior, Trabalho Docente, Governança CorporativaResumo
Este artigo analisa as repercussões da adoção do modelo de governança corporativa para o trabalho docente no interior de uma instituição de ensino superior do estado do Pará, organizada administrativamente como universidade e pertencente, desde 2014, ao Grupo Ser Educacional S.A. Trata-se de um estudo de caso, com análise documental além da análise de três entrevistas semiestruturadas com os professores da Universidade da Amazônia/Ser Educacional para compreender quais as mudanças trazidas para o trabalho docente, nas atividades de ensino, nas condições de trabalho e na gestão universitária a partir de sua venda para o Grupo Ser. As análises revelam que a incorporação da gestão profissional orientada pelo modelo de governança corporativa traz mudanças na cultura pedagógica, na gestão colegiada, e nas condições de trabalho. As falas demonstraram que há um comprometimento do papel político e social da educação, sobretudo, a partir da incorporação de uma política de austeridade de gestão pedagógica que hoje o mundo corporativo exige de empresas educacionais que operam neste formato, caracterizado por profunda heteronomia do trabalho do professor, pela fragmentação e controle do seu trabalho pedagógico além da pauperização e perda do reconhecimento social.