Mobilidade docente e identidade profissional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14507/epaa.29.6287

Palavras-chave:

Portugal, Mobilidade docente, Identidade profissional, Profissionalidade, Desenvolvimento profissional, Trabalho colaborativo

Resumo

Os professores portugueses dos ensinos básico e secundário estão sujeitos a um processo de mobilidade, imposto por um modelo de colocação centralizado nos serviços do Ministério da Educação. O presente estudo centra-se nas implicações da mobilidade na formação e construção da identidade profissional do professor. Para a concretização deste propósito, optámos por uma abordagem qualitativa, numa perspetiva fenomenológica, tendo por base a realização de entrevistas semiestruturadas a um conjunto de professores com um historial de mobilidade. Mediante a análise de conteúdo das entrevistas, concluímos que, perante uma situação de mobilidade frequente, os professores experimentam sentimentos e emoções que, associados à precariedade e instabilidade vivida, são geradores de mal-estar, com reflexos na profissionalidade. A mobilidade tem impacto na motivação pessoal e profissional dos professores; no desempenho profissional; na relação com a comunidade; no compromisso com os projetos educativos e no desenvolvimento profissional. Os professores revelam alguma frustração e algum desencanto em relação à profissão, resultante da mobilidade, mas também em relação a outros aspetos que afetam a escola, mantendo, no entanto, o seu profissionalismo. Os efeitos da mobilidade apontados são suficientes para se defender uma alteração das políticas de colocação dos professores no sentido de uma maior estabilidade.

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Biografia do Autor

Mário Carlos Rodrigues, Universidade da Beira Interior (UBI)

Doutor em Educação pela Universidade da Beira Interior, Mestre em Supervisão Pedagógica pela mesma universidade. Licenciado em Geografia pela Universidade de Coimbra. Professor Efetivo do Ensino Secundário, com experiência em gestão e coordenação educativa. A sua investigação tem-se centrado em questões ligadas às políticas educativas e à avaliação docente na escola pública portuguesa.

Maria Luísa Branco, Universidade da Beira Interior (UBI), CIEP-UE

Doutora em Educação pela Universidade da Beira Interior. Professora Associada com Agregação do Departamento de Psicologia e Educação da Universidade da Beira Interior (UBI) e membro integrado do Centro de Investigação em Psicologia e Educação da Universidade de Évora (CIEP-UE). É ainda diretora do 3º ciclo (doutoramento) em Educação da UBI. Os seus interesses de investigação centram-se na educação e cidadania, organização da educação e equidade, formação de professores e desenvolvimento profissional docente.

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Publicado

2021-10-25

Como Citar

Rodrigues, M. C., & Branco, M. L. (2021). Mobilidade docente e identidade profissional. Arquivos Analíticos De Políticas Educativas, 29(August - December), 139. https://doi.org/10.14507/epaa.29.6287

Edição

Seção

Articles