Novos cursos médicos como um símbolo: entre legitimidade acadêmica e sinalização de mercado
DOI:
https://doi.org/10.14507/epaa.v22n74.2014Palavras-chave:
A educação médica, novos programas, criação de programas, institucionalismo em organizações, teoria sinalização, legitimidade, reputação, competição, mercados.Resumo
A educação médica é complexa, altamente regulamentada e, em geral, deficitária. Por que uma universidade abriria uma escola de medicina? Entre 1990 e 2010, o número de escolas médicas no Chile aumentou de seis para 28. Esse crescimento ocorreu em conjunto com um aumento de quatro vezes no total de matrículas no ensino superior e um aumento de três vezes em estudantes de medicina. A expansão da educação médica não pode ser explicada apenas pelo aumento do acesso ao ensino superior e um aumento na demanda por estudos médicos. É também necessário um aumento na oferta de tais estudos. Por que novas escolas médicas foram criadas em universidades chilenas? Só para criar mais lugares para os futuros médicos? Através deste estudo baseado em entrevistas, procuramos recuperar a justificativa para a criação de novas escolas médicas no Chile nas últimas duas décadas, e interpretar os resultados sob duas perspectivas teóricas: o novo institucionalismo organizacional, por um lado, e a teoria da sinalização (signaling), por outro. Nas histórias dos protagonistas desses processos encontram evidências tanto de procura de legitimidade acadêmica e a pretensão de dar um sinal ao mercado, como assim de um entendimento de como essas metas se apoiam mutuamente, enquanto o principal benefício esperado pelos promotores de novas escolas médicas foi e aumentou da reputação acadêmica da universidade, o que, por sua vez, servem para reforçar a sua posição competitiva em relação a outras universidades.